
Com o andamento da semeadura da soja em Mato Grosso, a atenção dos produtores se volta para um dos pontos mais decisivos da safra: o monitoramento e manejo das pragas iniciais, que podem comprometer o estande e o desenvolvimento das plantas logo nas primeiras semanas de cultivo. A pesquisadora Jéssica Gorri, da Fundação Rio Verde, observa que o cenário climático atual exige vigilância constante e decisões técnicas precisas para garantir um bom arranque das lavouras da safra 2025/26.
Segundo ela, a ocorrência de pragas na fase inicial da soja está diretamente relacionada às condições ambientais e à presença de plantas hospedeiras durante a entressafra. “É comum nessa fase o surgimento de lagartas e percevejos que atravessaram o período de entressafra e encontram na soja uma ponte verde para se estabelecer. Esses insetos podem vir do milho, do algodão ou até de plantas daninhas que não foram manejadas”, explica. Entre os principais insetos que merecem atenção estão tripes, mosca branca e lagartas como Spodoptera frugiperda e Elasmopalpus lignosellus, que podem reduzir o estande e causar danos severos às plantas. Já os percevejos Euschistus heros e Diceraeus melacanthus, embora este último menos comum, podem injetar toxinas e reduzir o potencial produtivo.
A pesquisadora enfatiza que o monitoramento diário é a principal ferramenta de prevenção nesta fase do ciclo. “Os utensílios usados nas etapas vegetativas ou reprodutivas não são tão eficientes no início. Por isso, a observação constante em campo e o uso de armadilhas que permitam acompanhar a evolução das pragas são essenciais”, detalha. Jéssica ressalta ainda que o conhecimento técnico para diferenciar insetos benéficos de pragas é determinante, assim como identificar o momento ideal de manejo — sempre nas fases jovens e iniciais dos insetos.
No manejo integrado, a pesquisadora destaca o papel do tratamento de sementes como prática indispensável. “O TSI (Tratamento de Sementes Industrial), seja industrial ou feito na fazenda, com produtos adequados para o controle das principais pragas, especialmente lagartas, é inegociável. Também é viável considerar aplicações ao sulco, se estiver previsto no planejamento. A escolha da cultivar e o conhecimento do histórico da área são pontos de partida fundamentais”, pontua.
Outro aspecto essencial é a análise fitossanitária da área antes do plantio, considerando tanto pragas quanto nematoides e doenças. “Esses fatores precisam ser avaliados de forma conjunta, já que o manejo inicial define grande parte do sucesso da lavoura”, observa Jéssica.
Ao analisar o início da safra 2025/26, a pesquisadora explica que as condições climáticas têm favorecido a presença de algumas pragas. “Tivemos um começo de plantio com boa umidade, seguido por um período de estiagem. Isso tem favorecido percevejos, mosca branca e a lagarta elasmo, que estão sendo observadas com maior frequência em campo, mas ainda sem necessidade de controle nas áreas monitoradas pela Fundação Rio Verde”, relata.
Mesmo sem alarmes, Jéssica Gorri reforça que o monitoramento contínuo é essencial. “Em nossas plataformas de acompanhamento, a lagarta Spodoptera frugiperda já aparece em quantidade que merece atenção. Isso nos permite manter um passo à frente, observando o comportamento das pragas e ajustando as estratégias conforme o avanço da safra”, afirma.
A pesquisadora conclui destacando que o momento é de atenção e observação constante. “O produtor precisa estar presente na lavoura, acompanhando diariamente. O manejo correto das pragas iniciais garante um início saudável e impacta diretamente na produtividade final”, completa.
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